domingo, 27 de março de 2011

Encenação é usada para elevar o preço e acelerar a venda



Se a primeira impressão é a que fica, o que você faria, ao visitar um apartamento que fosse comprar, se lá visse azulejos quebrados, cores de gosto duvidoso nas paredes e bagunça por todo lado?

No mínimo tentaria baixar o preço pedido. Para evitar esse tipo de desvalorização e aumentar o apetite - e a disponibilidade monetária - dos interessados em um imóvel, alguns profissionais oferecem serviços de preparação da casa para a venda.

"O objetivo do "home staging" é tornar o imóvel parecido com os mais modernos e agradar um maior número de pessoas", diz Marina Dumas, especialista em encenação.

As técnicas vão desde mudanças simples, como despersonalizar ambientes -escondendo fotos, por exemplo-, até reformas, caso da troca do revestimento da cozinha por um mais atual.

Nos Estados Unidos, o "jogo de cena" reduz o tempo de venda em cerca de 223 dias e aumenta o valor do imóvel em até 6,9%, segundo a associação dos corretores do país.

Por aqui, há poucos "home stagers". Eles cobram a partir de R$ 50 por uma consulta pela internet, com dicas gerais de encenação. O custo do serviço completo depende do tamanho do imóvel, mas "nunca ultrapassa 3% do seu valor", calcula a "home stager" Susana Damy-Lacy.

"Staging" completa trabalho do corretor

O imóvel com boa aparência é vendido em cerca de 90 dias; um em más condições demora no mínimo o dobro. O cálculo é do Sciesp (Sindicato dos Corretores de Imóveis no Estado de São Paulo).

Ciente dessa disparidade, o próprio corretor e a imobiliária costumam orientar os clientes a melhorar o visual da propriedade para agilizar as negociações. Mas, em geral, limitam-se a sugerir reformas construtivas e se esquecem da decoração.

"O corretor e a imobiliária indicam profissionais de manutenção, como encanador e arquiteto, mas não diretamente o especialista em preparação para a venda ["home stager']", diz o presidente do Sciesp, Alexandre Tirelli.

A vantagem da encenação é utilizar truques para criar identificação com o visitante.

"É comum o especialista usar objetos como uma bola ou uma bicicleta no quarto das crianças", exemplifica o diretor de comercialização e marketing do Secovi-SP (sindicato do setor imobiliário), Luiz Fernando Gambi.

Mas os decoradores devem estar atentos às especificações de móveis e objetos. "É proibido utilizar os que estejam fora do tamanho real; isso engana o consumidor."

Arrumadinho

O dentista Marco Aurelio Chioro dos Reis, 45, descobriu o "home staging" em uma viagem à Dinamarca e, quando procurava um apartamento no Brasil, escolheu um que estava encenado.

"Eu entrei no apartamento todo arrumadinho e projetado e me apaixonei", conta.

Chioro levou em consideração a facilidade de não ter que fazer manutenção e pintura -mas não só. "O imóvel estava com a cozinha planejada, a parede texturizada e o escritório montado. Havia flores e quadros que o tornaram bem aconchegante."

O arquiteto Marco Khair contratou o "home staging" para vender sua cobertura no Rio. "Em 15 dias, recebi uma boa proposta. O trabalho foi fundamental para organizar os cômodos e criar uma limpeza visual", considera.

Preço inclui material usado nas reformas

Quando reformas são necessárias, o preço do material estará incluso na remuneração do "home stager" se o serviço completo for contratado, lembra a "home stager" Susana Damy-Lacy. "Se só houver uma consultoria, o cliente será responsável pelo custo dos materiais."

Em imóveis não mobiliados, as imperfeições aparecem com mais facilidade. "A maioria dos visitantes tem dificuldade de se projetar em um apartamento vazio, eles encontram mais defeitos. Por isso, os consultores mobiliam os cômodos", diz a especialista Marina Dumas.

Onde encontrar: Staging Design (
www.stagingdesign.com.br)
Home Staging Brasil (
www.homestagingbrasil.wordpress.com)

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